Evento, que termina neste sábado (25), reúne 230 agricultores de todo o Piauí em Teresina.
A II Feira da Agricultura Familiar, Povos Tradicionais e Economia Solidária do Piauí iniciou, nesta quarta-feira (23), no espaço Rosa dos Ventos da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina. O evento, que segue até sábado (25), reúne 230 agricultores familiares de todo o Piauí.
A feira conta com uma diversidade de produtos artesanais e típicos do Piauí, além da venda de alimentos e produções da agricultura familiar, que reforçam o poder cultural e econômico.
Um dos destaques da feira é a apitoxina, produto medicinal feito a partir da extração do veneno da abelha com ferrão. A pomada é desenvolvida pela Cooperativa do Desenvolvimento do Vale do Rio Piracuruca (Codevarp).
O apicultor Cosme Rodrigues explica como é realizada a extração do veneno da abelha, que tem uso medicinal, sendo utilizado para dores nas articulações e botox natural.
“Colocamos uma placa de vidro, chamada coletor de apitoxina, em cima da colmeia para, quando abrirmos e ela subir, tomar um choque ao tocar na placa. É um choque que não afeta a saúde da abelha, porque elas não conseguem perder o ferrão ao tentar perfurar a placa e liberam apenas o veneno. Após isso, coletamos o veneno, levamos ao laboratório onde secamos, raspamos e iniciamos a produção”, explicou.
Trançados da palha de carnaúba
Francisca Maria Gonçalves, mais conhecida como “Pitica”, faz parte do projeto Trançados da Ilha, em Parnaíba, litoral do Piauí, e trouxe para o evento artesanato feitos com a palha da carnaúba e algumas com formato curioso: de tartaruga. A ideia veio após a parceria com o projeto Tartarugas do Delta, que luta em prol das espécies em extinção.
“Trouxemos peças de artesanatos com palha de carnaúba como descanso em formato de tartaruga, que trabalhamos em prol das espécies em extinção, e também outros produtos como descansos de palha, espanadores, mandalas e bolsas. Trabalhamos há 25 anos com o trançado e viemos participar mais uma vez da Feira da Agricultura, que sempre alavanca nossa renda e garante uma clientela maior. Utilizamos a carnaúba, que é considerada a árvore da vida, porque conseguimos aproveitar tudo, desde a raiz até as folhas”, afirmou.
Primeira cajuína certificada
Já o seu Luís José da Silva veio representando a Central de Cooperativas dos Cajucultores do Piauí (Cocajupi) e trouxe para a feira a primeira cajuína da agricultura familiar certificada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), junto a uma variedade de castanhas caramelizadas, desidratadas e fritas. Ele afirma que a certificação é uma grande conquista, fruto do seu trabalho desde 2005.
“Eu recebi o certificado em maio deste ano e significou muito, ainda mais para nós que trabalhamos na agricultura familiar, porque não é pouca coisa, é muito. Além disso, estivemos na feira que é bastante frequentada e sempre quando tem evento eu participo, essa já é a terceira vez”, concluiu.
Feira como espaço de trocas
A secretária da Agricultura Familiar, Rejane Tavares, ressalta a troca de conhecimento e experiência a partir do intercâmbio cultural entre os agricultores, estudantes e professores durante o evento.
“A feira é um marco para a agricultura do Piauí porque traz toda a diversidade de produção e permite executar o processo de comercialização e o processo de troca entre os 230 trabalhadores rurais. E fazer essa feira dentro da Universidade Federal do Piauí permite também o intercâmbio de conhecimento dos alunos, professores e agricultores, então teremos mais que uma comercialização, mas sim uma troca de conhecimento e experiências, além de fazer a socialização de conhecimentos e dar visibilidade à cadeia produtiva”, disse.
Programação segue até sábado
Com o tema “Agricultura Familiar é Futuro Sustentável”, a programação da Feira inclui o Encontro da Agricultura Familiar, Povos e Comunidades do Semiárido, com debates, oficinas e palestras sobre mudanças climáticas e resiliência dos agricultores.
A feira inicia às 17h e encerra às 22h com espaços diversos, como Quitanda, destinado à comercialização de frutas e hortaliças; Trança, voltado à venda de produtos artesanais ligados à agricultura familiar; Natureza, com a comercialização de plantas ornamentais; e Terra, com os produtos do interior do estado. O evento também tem atrações artísticas e culturais.
A II Feira da Agricultura Familiar, Povos Tradicionais e Economia Solidária do Piauí é uma promoção do Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), do Consórcio Nordeste e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). O evento é realizado pelo Projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
A feira conta ainda com o apoio da Fundação de Apoio ao Instituto Federal do Rio Grande do Norte (Funcern), dos Institutos Federais do Rio Grande do Norte (IFRN) e do Piauí (IFPI), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Fonte: Governo do Piauí