Brasil sai do Mapa da Fome e Piauí amplia ações para garantir segurança alimentar
Com reforço à agricultura familiar, programas de transferência de renda e expansão de restaurantes populares, estado colhe resultados concretos na redução da fome.
O Brasil acaba de alcançar um marco histórico: está oficialmente fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). De acordo com o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025”, divulgado em julho, o país reduziu a taxa de subalimentação para menos de 2,5% da população, índice que permite sua retirada da classificação.
Esse resultado reflete diretamente a retomada e o fortalecimento de políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional, como o estímulo à agricultura familiar, a ampliação dos programas de transferência de renda e a reestruturação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e dos restaurantes populares.
No Piauí, o avanço é liderado pela Secretaria do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (Sasc), que tem ampliado a rede de equipamentos públicos voltados à Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Hoje, o estado conta com quatro restaurantes populares — três em Teresina e um em Parnaíba — além de uma cozinha comunitária instalada na Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que oferece refeições saudáveis e acessíveis a estudantes e à comunidade.
Outro ponto de destaque é o fortalecimento do PAA em parceria com os municípios, o que garante a compra de alimentos diretamente de pequenos agricultores e sua distribuição para famílias em situação de vulnerabilidade alimentar.
Os resultados já podem ser percebidos nos indicadores. Segundo dados da PNAD Contínua 2023, o percentual de domicílios em insegurança alimentar grave no Piauí caiu 28,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Ainda assim, cerca de 60 mil domicílios convivem com a fome, sendo 45% localizados em áreas urbanas não-metropolitanas, 30% em áreas rurais e 25% nas zonas metropolitanas. A pesquisa também revelou que 58,33% desses lares são chefiados por mulheres, evidenciando a urgência de políticas inclusivas.

Nos recortes de raça e gênero, os dados mostram que 6,1% dos domicílios chefiados por pessoas pretas, 5,4% por pessoas pardas e 4,7% por pessoas brancas viviam em situação de insegurança alimentar grave.
“A notícia de que o Brasil saiu do mapa da fome é motivo de celebração e histórico para o país. No Piauí, trabalhamos intensamente para oferecer alimentação de qualidade, saúde e dignidade às pessoas mais vulneráveis. Diariamente, a Sasc coordena os restaurantes populares, o Bolsa Família e diversas ações de segurança alimentar. Com apoio técnico, damos suporte para que os municípios realizem a adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), o que permite o acesso a programas chaves de acesso ao alimento como o PAA, ao PAA Leite, ao PAA Indígena e demais programas essenciais”, destaca Edna Guedes, diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Sasc.
Segundo Edna, a adesão dos municípios ao Sisan é estratégica para garantir repasse de recursos federais e estaduais, além de consolidar uma política efetiva de combate à fome no território piauiense.

Para integrar o Sisan, é necessário que os municípios criem estruturas como o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, com representação da sociedade civil e do poder público, e a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), composta por diversas secretarias.
Essa estrutura é considerada essencial para planejar e executar políticas locais que assegurem o direito à alimentação adequada para toda a população — consolidando o Piauí como um dos estados protagonistas no combate à fome no Brasil.

Fonte: Governo do Piauí