Representantes de 20 municípios do Piauí participam, em Teresina, da 4ª Conferência Estadual dos Direitos da População LGBTQIA+. Com o tema “Construindo a Política Estadual dos Direitos da População LGBTQIA+”, o evento tem como objetivo consolidar diretrizes para a formulação de políticas públicas efetivas voltadas à garantia de direitos, combate à violência e promoção da cidadania da população LGBTQIA+ no estado.
A conferência, realizada pela Secretaria do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (Sasc), foi aberta na quinta-feira (26) e segue até esta sexta-feira (27), com atividades como grupos de trabalho, painéis temáticos e a eleição dos 31 delegados que representarão o Piauí na etapa nacional do evento, marcada para os dias 25 e 26 de outubro, em Brasília.

Reflexão e compromisso com a mudança
Durante a solenidade de abertura, a secretária da Sasc, Regina Sousa, destacou os múltiplos desafios enfrentados pela população LGBTQIA+, especialmente quando marcados por outras vulnerabilidades como raça e gênero.
“Pense em uma mulher em um país machista, que já mata por ser mulher. Agora pense nessa mulher sendo negra e LGBTQIA+. São muitas dores acumuladas. Precisamos transformar essas realidades com mais políticas públicas”, afirmou a gestora.
Ela também incentivou os participantes a assumirem a missão de promover mudanças reais.
“Se cada um sair daqui com o propósito de mudar a vida de pelo menos uma pessoa, já estaremos cumprindo nossa missão”, completou.

Construção coletiva de políticas públicas
Segundo Joseane Borges, diretora de Promoção de Políticas Públicas para a População LGBTQIA+ da Sasc, o evento busca consolidar propostas que serão transformadas em ações concretas.
“A conferência é um espaço de construção coletiva entre o Governo, municípios e sociedade civil. Queremos políticas públicas que garantam o direito de existir com dignidade e segurança, enfrentando a triste realidade de sermos o país que mais mata travestis e transexuais no mundo”, destacou.

Participação e representatividade
Presente no evento, a professora trans e ativista Eloá Oliveira, de Campo Maior, reforçou a importância da presença do poder público na criação de políticas inclusivas.
“Como mulher trans e negra, acredito que essas políticas precisam chegar a todos os territórios do Piauí. É fundamental que o Estado atue para garantir direitos e combater a exclusão”, ressaltou.
Programação
Nesta sexta-feira (27), a conferência segue com grupos de trabalho no turno da manhã, abordando temas como:
- Enfrentamento à violência LGBTQIA+;
- Trabalho digno e geração de renda;
- Interseccionalidade e institucionalização da política LGBTQIA+.
À tarde, ocorre a Plenária Final, com a escolha dos delegados e delegadas para a conferência nacional, além de um momento cultural e coquetel de encerramento.
Fonte: Governo do Piauí