Um projeto que une tecnologia, empatia e inclusão levou estudantes da rede estadual de Pedro II a conquistarem a medalha de ouro na 4ª edição da Olimpíada Brasileira de Tecnologia (OBT). O feito inédito foi alcançado por alunos do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Professora Angelina Mendes Braga, única escola do modelo de Tempo Integral com Educação Profissional a obter o primeiro lugar na categoria escola técnica da competição em 2025.
A vitória veio com o Cognitus, aplicativo desenvolvido para apoiar o processo de aprendizagem de estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), autismo e dislexia. A equipe vencedora é formada por Dalila Maria da Silva Andrade, Rafael Sousa Magalhães, Gustavo de Sousa Barros e Débora Lima de Almeida, da 2ª série do curso técnico de Desenvolvimento de Sistemas, e Camila Santiago Freire, da 3ª série de Informática para Internet. O projeto tem orientação do professor Cleber Araújo.

“Criamos o Cognitus com o objetivo de oferecer apoio cognitivo e promover a inclusão de forma lúdica, acessível e eficaz”, conta Dalila. “Ganhar esse prêmio foi a prova de que nossa ideia tem força. Nos fez acreditar ainda mais que podemos, sim, fazer a diferença.”
O aplicativo foi inspirado nas vivências escolares e propõe métodos alternativos de ensino para facilitar o aprendizado de alunos neurodivergentes. O resultado é uma ferramenta que alia conhecimento técnico, sensibilidade social e compromisso com a transformação educacional.
Reconhecimento nacional e novas oportunidades
A medalha de ouro também garantiu à equipe a participação na Semana da Escola Avançada de Tecnologia, que será realizada em julho, em São José dos Campos (SP). No evento, os estudantes terão mentorias com especialistas de instituições como MIT Brazil, Instituto Alpha Lumen e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) — algumas das maiores referências do país em ciência e inovação.
Além da conquista na OBT, o Cognitus também é finalista do Seduckathon, hackathon promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Piauí (Seduc), que acontece em junho, em Teresina. O projeto pode levar os jovens a um intercâmbio educacional.
“Foi uma experiência que mexeu com o emocional e elevou a autoestima dos alunos. Eles sonharam grande, acreditaram e fizeram acontecer. Esse ouro é deles, mas também de todos que acreditam no poder da escola pública”, afirma o professor Cleber Araújo.
“Eles já estão contando os dias. Esse projeto abriu horizontes que antes pareciam distantes”, completa.

Modelo educacional que forma para o futuro
A conquista reforça a efetividade do modelo adotado pelo Governo do Estado, que desde este ano conta com 100% das escolas estaduais de Ensino Médio funcionando em regime de Tempo Integral com Educação Profissional integrada.
“A medalha é um reconhecimento do esforço dos alunos e do professor, mas também da visão estratégica de apostar em um modelo de ensino que prepara para o futuro. O Ceti de Pedro II é um exemplo do que pode ser alcançado quando há estrutura, formação e incentivo”, destaca o secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira.
A premiação é reflexo de um esforço maior: o Piauí é o primeiro estado brasileiro a incluir Inteligência Artificial como disciplina obrigatória no Ensino Médio. Atualmente, mais de 120 mil estudantes aprendem sobre IA, robótica, programação e desenvolvimento de sistemas nas escolas estaduais.
“Estamos construindo uma educação conectada com o futuro, com inclusão, com tecnologia e, acima de tudo, com oportunidades reais para os nossos jovens”, afirma Washington Bandeira.
“O protagonismo dos estudantes é o maior resultado do nosso trabalho. E quando eles vencem, o Piauí inteiro vence junto.”
Com investimentos em estrutura, formação de professores e políticas públicas inovadoras, o estado segue apostando em uma educação transformadora — aquela que desperta talentos, incentiva sonhos e prepara jovens para o mundo que já começou a ser programado dentro da escola pública.
Fonte: Governo do Piauí